Europa é alvo de ataque cibernético

Governo ucraniano afirma que foi alvo de ataque que atingiu bancos e empresas. Reino Unido, Rússia, Dinamarca, França e Espanha relataram ataques. Em maio, golpe parecido ‘sequestrou’ milhares de computadores em 150 países.

Sites do governo e de várias empresas ucranianas foram alvo nesta terça-feira (27) de um ataque cibernético, que atingiu aeroportos, bancos e escritórios do governo. Um conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia o classificou como o pior na história do país.

Além disso, companhias da Europa, como a agência de publicidade WPP, disseram ter sido afetadas. “Nós estamos respondendo em caráter de urgência a relator de outro grande ataque de ransonware a negócios na Europa”, afirmou Rob Wainwright, diretor da Europol.

Cryptolocker e Petya

O conselheiro ucraniano Anton Gerashchenko disse que as interrupções foram causadas pelo Cryptolocker, um vírus de resgate como o WannaCry, que bloqueou mais de 200 mil computadores em mais de 150 países em maio. Segundo a empresa de cibersegurança Symantec, o outro vírus responsável pelo ataque desta terça-feira é o Petya.

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Ainda não se sabe se o ataque ao Hospital de Câncer em Jales e Fernandópolis, no interior de SP, tem relação com o que aconteceu na Europa.

O vírus aplica o golpe chamado de ransomware, que “sequestra” os arquivos e só os libera mediante pagamento em moedas virtuais. Os conteúdos do sistema não necessariamente são retirados dos dispositivos, mas são codificados para impedir o acesso dos usuários a eles.

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“O objetivo final do ataque cibernético é tentar desestabilizar”, escreveu Gerashchenko. Afirmou ainda que os ataques provavelmente se originaram na Rússia.

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Rússia e Ucrânia, os mais afetados

Já a Group-IB , empresa de segurança digital sediada em Moscou, informou que parece se tratar de um ataque coordenado que mirou vítimas na Rússia e na Ucrânia simultaneamente.

O banco central da Ucrânia informou que bancos comerciais e públicos do país e empresas privadas foram alvo de ataques.

“Como resultado desses ataques virtuais, esses bancos estão tendo dificuldades com serviços aos clientes e operações bancárias”, informou o BC ucraniano, sem identificar as instituições afetadas.

“O banco central está confiante de que a infraestrutura de defesa bancária contra fraude virtual está adequadamente estabelecida e tentativas de ataques contra os sistemas de TI dos bancos serão neutralizadas”, informou o banco central. Clientes de bancos que consultassem agências bancárias podiam ver mensagens de resgate nas telas de caixas eletrônicos.

Caixa eletrônico de banco estatal ucraniano Oschadbank pede dinheiro para resgate durante ciberataque que atingiu a Ucrânia e outros países da Europa. (Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters)Caixa eletrônico de banco estatal ucraniano Oschadbank pede dinheiro para resgate durante ciberataque que atingiu a Ucrânia e outros países da Europa. (Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters)

Caixa eletrônico de banco estatal ucraniano Oschadbank pede dinheiro para resgate durante ciberataque que atingiu a Ucrânia e outros países da Europa. (Foto: Valentyn Ogirenko / Reuters)

A distribuidora de energia que alimenta o aeroporto de Kiev foi uma das atingidas. Yevhen Dykhne, diretor do Aeroporto de Boryspyl, disse que o terminal foi afetado. “Devido à conexão irregular, alguns atrasos nos voos são possíveis”, afirmou. Passageiros do metrô do país ainda relatam que o sistema deixou de aceitar pagamentos.

A petroleira russa Rosneft informou ter sido atingida por um ataque de larga escala a seus servidores. “Os servidores da companhia sofreram um ataque cibernético poderoso”, informou a empresa pelo Twitter.

“O ataque cibernético poderia provocar sérias consequências, mas a companhia recorreu a um sistema reserva de processamento de produção e nem a produção de petróleo nem a de refinamento foi interrompida”.

Reino Unido, Rússia, Dinamarca, França, Espanha

A britânica WPP também confirmou ter sido alvo de um ataque cibernético, mas não informou se o WannaCry era o causador da instabilidade. O site da empresa ficou fora do ar durante toda a manhã.

A AP Moller-Maersk, companhia dinamarquesa de logística, relatou ser uma dos alvos. “Estamos falando de um ciberataque”, afirmou o porta-voz Anders Rosendahl. “Afetou todos os braços do nosso negócio, tanto em casa como em outras localidades.”

A francesa Saint Gobain e a espanhola Mondelez também estão na mira dos cibercriminosos.

Fonte:G1

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