Casos de tuberculose são diagnosticados entre crianças venezuelanas refugiadas em Manaus

Casos de tuberculose são diagnosticados entre crianças venezuelanas refugiadas em Manaus

rês casos de tuberculose foram diagnosticados entre crianças que fazem parte do grupo de imigrantes venezuelanos refugiados em Manaus. Centenas de indígenas da etnia Warao estão acampadas em um viaduto e em na rodoviária na capital. A situação levou a prefeitura da cidade a decretar situação de emergência social na última semana.

De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejusc), as crianças indígenas, que não tiveram os nomes divulgados, são acompanhadas por uma equipe médica de um hospital infantil que fica na Zona Sul da capital.

O menino e a menina que tiveram os dois primeiros diagnóstico confirmados nos últimos dias têm quatro anos. A menina já recebeu alta hospitalar. Um bebê de nove meses também deu entrada no hospital com sintomas de tuberculose. O caso foi confirmado na quarta-feira (10).

Emergência

Após declarar situação de emergência social em Manaus, o prefeito Artur Neto anunciou que terá uma audiência com o Governo Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (11), para discutir a situação dos indígenas venezuelanos refugiados na capital. Uma reunião também está marcada com o novo governador para sexta (12), para discutir a situação.

Segundo a Cáritas Arquidiocesana, que acompanha a situação dos imigrantes abrigados em Manaus, uma criança já morreu após ser vítima de problemas respiratórios causados por uma pneumonia. Já o outro caso envolveu a morte de um adulto. A causa ainda é desconhecida. A situação foi divulgada durante coletiva realizada na manhã desta terça-feira (9), no Centro de Manaus.

“Foi decretado estado de emergência, mas efetivamente não houve medidas concretas, nem por parte do Estado e nem do município. O que foi colocado quanto a uma política de imigração consistente do Estado do Amazonas e quanto a questão do abrigamento?”, disse o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Fernando Soave.

Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Venezuelanos estão acampados em barracas em baixo de viaduto na Zona Centro-Sul de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Para o MPF, as esferas estadual, municipal e federal devem atuar na assistência aos venezuelanos. “[Esse trabalho será feito] para que seja uma medida consultada de acordo com a cultura da população e que contemple necessidades, a questão da documentação, atendimento de saúde centralizado e diferenciado”, explicou.

Imigração

Em busca de sobrevivência, os índios começaram a migrar para Manaus desde o início deste ano. Adultos, idosos e crianças se abrigaram na Rodoviária de Manaus e debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul.

A presença dos imigrantes gerou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM). O objetivo da ação é acompanhar medidas de apoio aos indígenas Warao.

Situação foi discutida na terça-feira (9) (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)Situação foi discutida na terça-feira (9) (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

Situação foi discutida na terça-feira (9) (Foto: Adneison Severiano/G1 AM)

O MPF solicitou informações de órgãos públicos ligados à assistência social, direitos humanos e indígenas sobre as medidas adotadas para garantir o atendimento humanitário aos refugiados.

Pedidos de refúgio seguem crescendo

O agravamento da crise econômica, a repressão e o aumento da violência na Venezuela têm feito com que um número cada vez maior de pessoas deixem o país. O Panamá, o Equador e o Chile têm sido principal destino, mas o Brasil também está entre os países procurados. O número de pedidos de refúgios deste ano é mais do que o dobro do que o registrado no ano passado, segundo dados do Ministério da Justiça.

De acordo com o levantamento, de janeiro até a primeira semana de maio (02/05) deste ano foram registradas 8.231 solicitações. Somente entre o final de março e o início de maio de 2017 foram 5.436. Durante todo o ano de 2016 foram 3.375 pedidos.

No dia 31 de março começou uma nova onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, e incidentes violentos como confrontos entre manifestantes e forças de segurança, tiroteios e saques se intensificaram. De acordo com o Ministério Público venezuelano, 35 pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas nesse período.

Fonte:G1

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